Como se proteger de cláusulas abusivas em contratos empresariais?


Os
contratos empresariais são parte do dia a dia dos negócios. Entretanto, antes de assinar um acordo, é importante estar atento às suas minúcias. Muitas vezes, contratos podem mascarar cláusulas abusivas que impõem obrigações excessivas, limitam direitos ou até mesmo comprometem a saúde financeira da empresa. Saber como identificar e se proteger de acordos abusivos faz toda a diferença para fechar negócios seguros e vantajosos.

Neste artigo, o Quadros & Quadros discute o que são cláusulas abusivas, como identificá-las e quais medidas tomar para proteger sua empresa de armadilhas contratuais. Se você quer fechar contratos sem surpresas, esse conteúdo é para você!

O que é cláusula abusiva?

Uma cláusula abusiva é qualquer disposição em um contrato que coloca uma das partes em desvantagem excessiva, ferindo princípios como equilíbrio, transparência e boa-fé. Em contratos empresariais, essas cláusulas podem impor obrigações exageradas, restringir direitos ou favorecer injustamente um dos envolvidos.

Geralmente, as cláusulas abusivas são inseridas sem destaque e podem passar despercebidas, levando a prejuízos financeiros e disputas judiciais. O Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor (CDC) trazem diretrizes para combater esse tipo de prática, permitindo a anulação de cláusulas que violem direitos fundamentais.

Como uma cláusula abusiva aparece em contratos empresariais?

Diferente dos contratos de consumo, onde há proteção explícita ao consumidor, nas relações empresariais presume-se que ambas as partes têm conhecimento jurídico, o que pode dificultar a contestação de cláusulas abusivas.

Nos contratos empresariais, uma cláusula abusiva é aquela que impõe obrigações excessivas, limita direitos de forma desproporcional ou favorece uma das partes de maneira injusta. Essas cláusulas podem estar escondidas em termos complexos ou serem impostas por empresas com maior poder de negociação.

Embora as relações empresariais sejam regidas principalmente pelo Código Civil e pela Lei da Liberdade Econômica, contratos com cláusulas desproporcionais podem ser anulados. Por isso, é essencial revisar cada contrato antes da assinatura e buscar suporte jurídico para garantir acordos equilibrados.

Exemplos comuns de cláusulas abusivas

  • Multas desproporcionais: Penalidades exageradas em caso de rescisão ou atraso no pagamento.
  • Alteração unilateral do contrato: Quando apenas uma das partes pode modificar as condições acordadas.
  • Renovação automática sem aviso: Impede que a parte interessada decida sobre a continuidade do contrato.
  • Limitação de responsabilidade excessiva: Exclui totalmente a responsabilidade da parte que redigiu o contrato, mesmo em casos de falha grave.
  • Restrições injustificadas, como impedir a rescisão contratual sem motivo razoável.

O que fazer se você já assinou um contrato abusivo?

Assinar um contrato com cláusulas abusivas sem perceber pode gerar sérios problemas para sua empresa. No entanto, ao identificar que o acordo firmado é desvantajoso ou ilegal, é fundamental agir com cautela e buscar soluções para corrigir a situação. A boa notícia é que existem estratégias para lidar com esse cenário!

Negociação amigável

A primeira medida é realizar uma análise detalhada do contrato com o auxílio de um advogado especializado. A análise jurídica é crucial para identificar as cláusulas que prejudicam sua empresa, verificando quais são abusivas e quais podem ser contestadas. O advogado também pode ajudar a entender a melhor forma de abordar a outra parte para tentar renegociar os termos do contrato. 

O Quadros & Quadros recomenda documentar todas as comunicações e tentativas de resolução amigável. Se precisarmos levar o caso à Justiça, ter um histórico claro das tentativas de renegociar o contrato pode fortalecer sua posição. Em alguns casos, o simples fato de tentar uma solução amigável pode influenciar o resultado judicial.

No entanto, se a negociação não for uma opção ou não surtir efeito, o próximo passo pode ser buscar a anulação da cláusula ou até do contrato. 

Anulação de cláusula abusiva

A legislação brasileira prevê que cláusulas que causem desvantagem excessiva a uma das partes podem ser consideradas nulas. A anulação pode ser feita por meio de uma ação judicial, onde o juiz avaliará se a cláusula é abusiva ou se o contrato, como um todo, precisa ser invalidado. O processo judicial pode ser longo e oneroso, mas é um caminho necessário quando há danos financeiros evidentes e impossibilidade de negociação.

Qual a diferença entre nulidade e anulabilidade em contratos?

A nulidade de cláusula ou contrato significa sua inexistência desde a origem. Em outras palavras, o ato ou a cláusula nunca produziu efeitos jurídicos válidos, como se jamais tivesse existido. Já a anulabilidade se refere a um contrato ou cláusula que, embora tenha sido celebrado e produza efeitos inicialmente, contém vícios que prejudicam o consentimento ou comprometem a validade plena do acordo, como erro, dolo, coação ou fraude.

A nulidade ocorre quando há uma violação direta de normas de ordem pública ou princípios fundamentais, como a boa-fé, a função social do contrato ou direitos indisponíveis das partes. Na anulabilidade, enquanto a parte prejudicada não adotar as medidas legais necessárias, o contrato ou cláusula continua sendo válido e operante

Diferentemente da nulidade, a anulação pode, em determinadas circunstâncias, gerar o direito a compensações ou restituições, para reparar os prejuízos decorrentes da celebração de um acordo viciado.

Critério Nulidade Anulabilidade
Validade inicial O contrato ou cláusula é considerado inexistente desde o início. O contrato ou cláusula é inicialmente válido e produz efeitos.
Efeitos jurídicos Não produz quaisquer efeitos jurídicos, independentemente de qualquer ação das partes. Produz efeitos até que a anulação seja requerida e decretada.
Motivos Violações graves que atentam contra normas de ordem pública ou princípios fundamentais. Vícios no consentimento, como erro, dolo, coação ou fraude.
Consequências O contrato ou cláusula não pode ser convalidado e não gera obrigações para as partes. Após a anulação, os efeitos retroagem, tornando os atos jurídicos sem validade desde a origem.
Possibilidade de compensação Não há, pois a cláusula nunca teve validade. Pode gerar direito a compensações, caso a parte prejudicada tenha sofrido danos.

Quando é possível anular uma cláusula abusiva?

O Código Civil estabelece regras que visam proteger a parte mais vulnerável em contratos e garantir que os acordos sejam justos e equilibrados. Quando é considerada abusiva, uma cláusula contratual pode ser considerada nula ou anulável, dependendo da situação.

Cláusulas nulas por violação de princípios fundamentais

O artigo 166 do Código Civil prevê que uma cláusula pode ser nula quando contraria princípios fundamentais da legislação, como a boa-fé e a função social do contrato. Se uma cláusula impuser desvantagens desproporcionais a uma das partes, ou violar direitos fundamentais, ela poderá ser declarada nula. A nulidade implica que a cláusula não tenha nenhum efeito, como se nunca tivesse existido, e não vincula as partes.

As cláusulas nulas por violação de princípios fundamentais geralmente são:

  • cláusulas que limitem ou impeçam o exercício de direitos fundamentais, como o direito de defesa, ou que impeçam a parte de rescindir o contrato em situações justas.
  • cláusulas que sejam abusivas e causem desequilíbrio excessivo entre as partes, como a imposição de uma penalidade exorbitante ou a cobrança de valores muito altos sem justificativa razoável.

Como evitar cláusulas abusivas em contratos empresariais?

Prevenção é o melhor caminho, então, depois de resolver o problema atual, é essencial começar a revisar com mais rigor todos os contratos que sua empresa assina no futuro. Consultar um advogado antes de firmar qualquer acordo pode evitar novos problemas e garantir que as cláusulas sejam equilibradas, claras e justas para todas as partes envolvidas.

Em situações como essa, a chave para mitigar os danos é agir rapidamente e buscar a orientação certa. Com a ajuda de profissionais qualificados, é possível reverter a situação, proteger sua empresa de maiores prejuízos e garantir que os contratos firmados no futuro estejam alinhados com os princípios da boa-fé e da equidade.

Proteja seu negócio com segurança jurídica

Evitar cláusulas abusivas em contratos empresariais é essencial para manter a saúde financeira e a estabilidade dos negócios. No entanto, identificar essas armadilhas contratuais exige conhecimento jurídico e uma análise criteriosa dos documentos.

No Quadros & Quadros, oferecemos suporte especializado para revisar, renegociar e anular cláusulas prejudiciais, garantindo que seus contratos sejam justos e seguros. Não corra riscos desnecessários! Conte com nossa equipe para proteger os interesses da sua empresa e firmar acordos vantajosos.

 

No âmbito dos contratos, nossa atuação vai além da simples análise de cláusulas e termos. Estamos atentos a identificar cláusulas abusivas ou ilegais que possam prejudicar os interesses de nossos clientes, seja em contratos de consumo, fornecimento de serviços, parcerias comerciais, seja em acordos empresariais. Buscamos garantir que os contratos firmados estejam em conformidade com a legislação vigente e protejam adequadamente os direitos e interesses das partes envolvidas.
Além disso, oferecemos representação jurídica em litígios contratuais, incluindo disputas comerciais, rescisões contratuais, inadimplemento e descumprimento de obrigações contratuais. Nosso objetivo é defender os interesses de nossos clientes tanto em negociações extrajudiciais quanto em processos judiciais, buscando sempre soluções que promovam a justiça e a equidade.

No campo societário, fornecemos assessoria jurídica abrangente para empresas de todos os portes e setores: constituição e registro de sociedades, elaboração e revisão de contratos sociais, acordos de acionistas e outros documentos societários. Garantimos que a estrutura societária adotada esteja alinhada com os objetivos comerciais e as necessidades específicas de cada cliente.

Auxiliamos os clientes do QQ na implementação de boas práticas de gestão e conformidade regulatória, a partir da elaboração de políticas internas, do treinamento de funcionários e da assessoria em questões de responsabilidade corporativa e ética empresarial.
Em complemento, articulamos o direito em questões relacionadas à guarda de filhos, elaborando acordos de guarda e visitação que reflitam os melhores interesses das partes envolvidas. Outro aspecto relevante de nosso trabalho consiste na representação de clientes em processos concernentes à pensão alimentícia, englobando tanto a fixação quanto a modificação dos valores, a fim de garantir a sustentabilidade econômica dos beneficiários.

Igualmente, atuamos na defesa de vítimas de violência doméstica, buscando medidas protetivas e legais para garantir a segurança e o bem-estar dos envolvidos, inclusive da comunidade LGBT+, que enfrenta desafios específicos nesse contexto. No que se refere aos acordos pré-nupciais e pós-nupciais, buscamos proteger os interesses dos clientes em caso de ruptura conjugal, garantindo uma divisão justa e equitativa dos bens e recursos. 

Ademais, abordamos com diligência questões de paternidade, incluindo ações de reconhecimento e disputas relacionadas à filiação, com o objetivo de assegurar os direitos e os deveres parentais de forma adequada. Representamos nossos clientes em audiências judiciais e mediações, empregando nosso conhecimento e nossa experiência para buscar soluções que promovam o bem-estar e os melhores interesses de cada família, independentemente de sua composição.

Outra questão de muita relevância ao direito de família e sucessório é o de organização patrimonial, com a criação de estruturas patrimoniais sólidas que atendam às necessidades do cliente e objetivos específicos, pela utilização da holding familiar para proteção e gestão eficaz dos ativos familiares, enfim, o planejamento sucessório.

Realizamos a gestão jurídica do inventário, da abertura do processo, judicial ou extrajudicial, até o fechamento, com o pagamento de tributos e o plano de partilha, sempre tomando em linha de consideração o interesse maior do inventariado e dos herdeiros. 

Também levamos a efeito a estratégia personalizada de planejamento sucessório por instrumentos de testamento adequados ao interesse do testador nos limites da legislação permissiva.
Além de examinar contratos e termos de serviço, estamos atentos a identificar cláusulas abusivas ou ilegais que possam prejudicar os consumidores, abrangendo não apenas produtos, mas também concessionárias de serviço público, telefonia, energia, água e esgoto, também empresas aéreas, onde práticas como overbooking e cancelamentos sem aviso prévio são frequentes.

Nossa atuação não se limita à análise, pois representamos nossos clientes em litígios contra fornecedores, incluindo disputas relacionadas a marketing enganoso, fraude em transações comerciais e problemas decorrentes do comércio online, defendendo seus direitos tanto em negociações quanto em processos judiciais.

Além disso, não hesitamos em tomar medidas legais, como ajuizar ações contra empresas que desrespeitam os direitos dos consumidores, buscando compensações adequadas por danos materiais e morais resultantes de práticas comerciais injustas, que possam incluir desde cobranças indevidas até informações enganosas em propagandas.

Por fim, participamos de audiências e mediações, buscando soluções eficazes e equitativas para resolver disputas, sempre em defesa dos interesses de nossos clientes.
Abrange também a análise do passivo tributário do contribuinte devedor, com foco direcionado na analise da regularidade da cobrança, em parcelamentos e /ou na ocorrência de decadência e/ou prescrição do crédito tributário.

Em situações de dificuldades financeiras, conduzimos, em parceria, negociações com os credores para reestruturar os termos de pagamento e propor planos de reestruturação de dívidas.

Além disso, representamos os clientes em dificuldade em processos judiciais relacionados a dívidas, buscando soluções que minimizem os impactos financeiros e legais. Também oferecemos orientação estratégica para auxiliar os clientes na gestão de suas finanças e na tomada de decisões informadas. Ao optarmos por iniciar um processo de gestão de passivo (a recuperação judicial informal), orientamos o cliente em todas as etapas do processo, desde a preparação da documentação necessária até a representação judicial e as negociações com os credores.

Em momentos de crise financeira, adotamos a gestão da situação, implementando medidas para proteger os ativos e adotar decisões estratégicas para mitigar os danos.
Durante as negociações de acordos, representamos os interesses das partes envolvidas, participando das discussões com a contraparte, com o intuito de alcançar soluções que atendam às necessidades do negócio em questão. Na gestão da recuperação de dívidas, em situações de inadimplência, tomamos as medidas legais cabíveis, incluindo a instauração de processos judiciais, visando recuperar os valores devidos, seja por meio da execução de garantias ou da penhora de bens.

Além disso, atuamos como representantes judiciais tanto de credores quanto de devedores em processos de gestão de passivos, recuperação judicial ou falência. No âmbito da recuperação de crédito, oferecemos o direcionamento estratégico cabível para a recuperação de ativos em cenários complexos, visando encontrar soluções eficazes que minimizem os riscos e maximizem as oportunidades de recuperação.

Por fim, na avaliação de riscos, nossa atuação se concentra em fornecer orientação legal precisa sobre medidas preventivas ou contenciosas para proteger os interesses das partes envolvidas.